Vamos começar com a pergunta mais importante: porque é que pedes dinheiro emprestado?
Normalmente, porque não tens suficiente para comprar o que desejas ou precisas - como por exemplo, um carro. Um carro pode ser bastante caro, mas muitas vezes necessário, e nem todos temos esse tipo de dinheiro assim à mão. Então, pedes um crédito, ou dinheiro emprestado a um conhecido, para o comprar.
Então, e que tal umas férias? Umas férias de sonho podem custar, facilmente, acima de 1000€. Embora mais facilmente haja dinheiro para umas férias do que para um carro, o que acontece se não tiveres esse dinheiro? Deverias financiar as tuas férias da mesma forma que financias um carro?
E este é o cerne da questão: há uma grande diferença entre pedir emprestado para algo que representa um investimento de longo prazo e pedir emprestado para consumo de curto prazo.
Se pedires dinheiro emprestado e gastares 1000€ numa viagem, o dinheiro desaparece. Puf! Sim, podes ter umas belas fotos e algumas memórias, mas em termos de valor financeiro… Rien. Zero. нуль. Mas já sei o que estás a pensar: “as férias ajudam-me a reabastecer as minhas baterias, e a relaxar. Sou muito mais produtivo quando volto de férias!”
Não estou a dizer que não deves tirar férias. Tira! Tira todas as que quiseres mas acima de tudo as que puderes! Mas se tiveres que pedir empréstimos que vais demorar meses a pagar, para aproveitar só uns dias, então pensa duas vezes. Porque esse tipo de dívida é daquela que não devias ter. É má!
Dívida má = dívida de consumo, dívida boa = dívida de investimento
Dívidas más são dívidas contraídas para consumo ou dívidas com juros muito elevados para comprar coisas que depreciam em valor. Estas dívidas são prejudiciais à tua saúde financeira, no longo prazo. As altas taxas de juros (ou seja > 7%) que os bancos e outras instituições cobram são umas das razões pelas quais acabas por ter menos capacidade para poupar.
A dívida boa, como a usada para comprar casa e financiar pequenos negócios, geralmente está acessível a taxas de juros mais baixas. Se forem bem geridos, estes investimentos podem aumentar de valor ao longo do tempo. O mesmo se pode dizer de empréstimos para estudar, por exemplo. A educação é, geralmente, um bom investimento a longo prazo.
Será que tens demasiada dívida má?
É fácil de descobrir: divides o total da tua dívida pelo teu rendimento anual
Perigo de Dívida Má = Divida Má / Rendimento Anual
Se este valor for acima de 25%, pode ser um problema. Dívidas a este nível podem facilmente ficar fora de controlo - podendo até chegar ao extremo de entrares num ciclo de dívidas indefinido. Evita isso a todo o custo!
Demasiada dívida boa, é possível?
Não existe uma fórmula mágica para calcular se tens demasiada dívida boa. Como tudo na vida, depende. Por exemplo, há empreendedores que se endividam até os olhos para fazer com que o seu negócio funcione. Às vezes isso funciona sim, mas na maioria dos casos, não. Por isso tem cuidado!
Contudo existem algumas perguntas que te podem ajudar da próxima vez que precisares de fazer um empréstimo:
Tenho que me preocupar se conseguirei pagar as despesas do próximo mês?
Posso evitar contraír esta dívida se poupar durante alguns meses ou pedir dinheiro emprestado a um amigo ou familiar?
No final do dia, os teus comportamentos vão impactar a tua saúde financeira. Se os controlares, controlas o teu dinheiro 😉
Resumindo: é importante para a tua saúde financeira quanta dívida tens, mas, acima de tudo, se essa dívida é boa ou má!
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