The rat race
Aquele exercício sem fim, de qual todos nos queixamos com alguma (vá, muita) frequência. Trabalhar. Dormir. Repetir. Fim de semana. E volta a repetir. Os dias passam, as semanas passam, os anos passam. Alguns de nós dizem que é autodestrutivo, outros interrogam-se da sua necessidade. Uma busca interminável por alguma recompensa que tarda a chegar. Recompensa essa que muitos nem sabem qual é. Dinheiro? Posses? Reconhecimento? Fama? Felicidade?
É sem dúvida um grande mal dos nossos tempos. Embora a produtividade da humanidade em geral tenha aumentado - com a automatização e digitalização das nossas vidas, a verdade é que parece que passamos ainda mais tempo presos no ciclo infinito do trabalho. Este continua a consumir grande parte do nosso tempo, e hoje em dia é ainda mais difícil “desligar” - o digital tornou-nos mais trabalho-dependentes.
Mas o passar dos anos não mudou aquilo que procuramos. Liberdade. Liberdade para fazermos o que gostamos, liberdade para procurarmos algo que nos preencha, liberdade para nos dedicarmos mais à nossa vida, e menos ao nosso trabalho.
Para muitos, pode ser difícil atingir essa liberdade. Trabalhos precários, baixos níveis de escolaridade, ou até falta de oferta, tornam esta busca complicada. Mas há outras razões. As complicações de uma vida normal ocupam demasiada largura de banda nas nossas cabeças, significando que até a simples ideia de tentar arranjar tempo para procurar soluções é um problema.
Mas será que é a sociedade de hoje em dia que nos complica a vida, ou será que nós é que não fazemos o suficiente para nos libertarmos? Por definição, somos preguiçosos. Muito preguiçosos. Gostamos de usar desculpas como “Não tenho tempo” ou “Quando chego a casa só quero descansar”, para justificar a nossa falta de capacidade para avançarmos e melhorarmos a nossa vida. E, embora haja muitas razões pelas quais alguém possa não conseguir fazê-lo, falta de tempo não é de certeza.
Para além disso, hoje e mais do que nunca, temos à nossa disposição toda uma panóplia de ferramentas, conteúdos, e conexões que não eram sequer imagináveis há algumas décadas. Nunca foi mais fácil criar negócios, desenvolver ideias, ou explorar caminhos dos quais realmente gostamos. Existem 7 mil milhões de pessoas no mundo, e cerca de 60% destas pessoas têm acesso à Internet. Mercados e oportunidades não faltam.
Então, perguntas tu, como é que podes mudar isto? Qual é a solução? E eu digo-te que não há almoços grátis. O dinheiro não cresce nas árvores. E o teu conhecimento não vai crescer enquanto dormes. Precisas de esforçar-te para conseguir aquilo que queres. E o truque é? Gerires o teu tempo corretamente. Passo a explicar.
Um dia tem 24 horas. Vamos assumir que precisas de dormir 8 horas, sobram-te 16 horas. Menos 9 horas de trabalho (incluí aqui a hora de almoço), ficamos então com 7 horas. Tempo de ida e volta para o trabalho? Vamos jogar por cima, e dizer 2 horas. Cozinhar, comer, ginásio ou mais outras coisas diversas, digamos 2 horas por dia. Tens família? Ok, vamos considerar que passas 2 horas por dia a aproveitar o tempo com eles.
Resultado final? 1 hora. Sobra-te 1 hora por dia para te dedicares a ti (e estou a fazer estas contas muito por alto, nem estou a considerar os fins de semana).
E agora pergunto-te eu: o que é que andas a fazer com essa hora? Tens alguma desculpa para não estares a aproveitá-la ao máximo para cresceres? Ou passas este tempo deitado no sofá, quase a dormir, enquanto vês o próximo episódio da série do momento no Netflix?
Não pretendo tornar isto num daqueles artigos motivacionais, que te tentam inspirar a mudar. Até porque tenho um certo desprezo em relação a esse tipo de coisas. Contudo, gostava que terminasses de ler isto, e aproveitasses para refletir um bocado no que acabaste de ler, e tentar responder ao seguinte:
Será que estás a fazer tudo o que podes, com tudo o que tens, para atingir tudo o que queres?
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